Título: O impacto da terapia com célula tronco mesenquimal (MSC) na infecção por Leishmania ssp.
Aluno(a): Joyce Carvalho Pereira
Orientador(es): Prof(a). Herbert Leonel de Matos Guedes
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A terapia celular tem como função restabelecer a estrutura e a função de um tecido através da utilização de uma célula ou de um grupo de populações celulares. Contra a leishmaniose ainda não há vacinas aprovadas, a quimioterapia é inadequada, pois há efeitos adversos e até o momento não existe uma terapia ideal e funcional. Neste trabalho, avaliamos o potencial, empregando células tronco mesenquimais (MSC) contra a leishmaniose cutânea e visceral murinas. No experimento in vitro, verificou-se que as MSCs não são infectadas pela Leishmania amazonensis. No entanto, a co-cultura de macrófagos infectados com MSC aumentou a carga parasitária em comparação com o controle (macrófago sem MSC). No experimento de leishmaniose cutânea murina, camundongos BALB/c foram infectados com 2x106 promastigotas de L. amazonensis (cepa Josefa) no coxim plantar da pata direita. Sete dias após a infecção, os animais foram tratados com 1x105 MSCs pela via intralesional (i.l.), ou seja, no mesmo local da infecção, ou pela via intravenosa (i.v.), na veia jugular externa. Animais controles receberam o mesmo volume (50µl) de PBS por vias i.l. ou i.v. Trinta dias após o primeiro tratamento, os animais receberam uma segunda administração de MSC. O perfil clínico da doença foi verificado pelo desenvolvimento da lesão, através da medida da espessura por paquimetria. Quarenta e dois dias após a infecção, os animais foram eutanasiados. A carga parasitária da pata e do linfonodo drenante foram quantificados pela técnica de diluição limitante (LDA). As células do linfonodo e baço foram avaliadas por citometria de fluxo para caracterização dos fenótipos celulares. O tratamento com MSC pela via i.v. induziu um pequeno agravamento da lesão. Os animais tratados com MSC i.v. apresentaram diferença significativa na carga parasitária da pata em relação ao seu controle e, a análise do perfil celular dos linfonodos, mostrou aumento de células T efetoras e T reguladoras nos animais. No baço, foi observado um aumento de células T reguladoras e da produção de IL-10 por células TCD4+ e TCD8+ e, na pata, também observamos um aumento de IL-10. A produção excessiva de IL-10 pode estar associada ao efeito de agravamento da doença pela terapia com MSC pela via i.v. No entanto, não foi observado qualquer efeito prejudicial no tratamento i.l. Nossos resultados demonstraram que as MSCs não contribuem para o controle da infecção. No experimento de leishmaniose visceral, camundongos BALB/c foram infectados com 1x107 promastigotas de L. infantum/chagasi pela via i.v. na cauda. A administração do tratamento com MSC i.v. (veia jugular externa) foram dadas 5 e 12 dias após a infecção. Após 30 dias os animais foram eutanasiados, a carga VIII parasitária do baço e do fígado foram quantificados por LDA. Ambos os órgãos apresentaram carga parasitária, porém sem diferença significativa entre os animais tratados com MSC em relação ao seu controle, mostrando que o tratamento não foi eficaz. Tomando em conjunto, nossos dados sugerem que o tratamento com MSC pode ter efeitos deletérios na leishmaniose cutânea e visceral murina
Palavras-chave: Leishmaniose; Leishmania amazonensis; Leishmania Infantum/chagasi; Célula Tronco Mesenquimal
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Cell therapy aims at restoring tissue structure and functionality through the use of a cell or a subpopulation of cells. For leishmaniasis there are still no approved vaccines, available chemotherapy is inadequate as there are side effects and, so far, there is no ideal and functional therapy. In this study, we evaluated the potential application of mesenchymal stem cells (MSC) treatment against murine cutaneous and visceral leishmaniasis. In vitro, we found that MSCs are not infected by Leishmania amazonensis. However, co-culture of infected macrophages with MSC increased parasite load on macrophages in comparison to controls (macrophage without MSC). In murine cutaneous leishmaniasis, BALB/c mice were infected with 2x106 L. amazonensis (strain Josefa) promastigotes in the footpad of the right paw. Seven days after infection, animals were treated with 1x105 MSCs, either intralesional (i.l.), i.e. in the same site of infection, or intravenously (i.v.), through the external jugular vein. Control animals received the same volume (50 µl) of PBS by routes i.l. or i.v. Thirty days after the first treatment, animals received a second administration of MSC. The clinical profile of the disease was checked by lesion development through the thickness measured by pachymetry. Forty-two days after infection, animals were euthanized. Parasite burden in the paw and in the draining lymph nodes were quantified by limiting dilution technique (LDA). Lymph node and spleen cells were phenotyped by flow cytometry. Intravenous treatment with MSC resulted in a small worsening of the injury. The animals treated with MSC i.v. presented a significant difference in parasite load in comparition with your controls and, the cellular profile analysis of lymph nodes showed an increase in effector and regulatory T cells in animals. Increased number of regulatory T cell and IL-10 producing T CD4+ and TCD8+ cells in the spleen, and upregulation of IL-10 in the footpad. The excessive production of IL-10 could be associated to the diseaseaggravating effects of MSC therapy by the i.v. route. On the other hand, it was not observed any harmful effect on i.l. treatment. Our results showed that stem cells do not contribute to the infection control in cutaneous leishmaniasis. In the experiment of visceral leishmaniasis, BALB/c mice were infected with 1x107 promastigotes of L. infantum/chagasi by i.v. route in tail. Administration of treatment with MSC i.v. (jugular vein) was injected in 5 and 12 days after infection. After 30 days, animals were euthanized, the parasitic load of spleen and liver were quantified by LDA. Both organ showed parasitic load, but with no significant difference between the animals treated MSCs compared to their controls, showing that the treatment was not effective. Having together, our data X suggest that treatment with MSC may have deleterious effects on murine cutaneous and visceral leishmaniasis.
Keyword: Leishmaniasis; Leishmania amazonensis; Leishmania infantum / chagasi; Mesenchymal stem cell